Durante a abertura do 16º Congresso do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), realizada na quinta-feira (16) em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a soberania da Venezuela e repudiou acusações de que Cuba atua como exportadora de terrorismo.
As falas se dão no contexto de escalada de tensão entre Caracas e Washington, após denúncias de que os Estados Unidos teriam autorizado ações da CIA contra o regime de Nicolás Maduro. Lula mencionou críticas comuns dirigidas à esquerda por setores da oposição e rejeitou comparações entre os países.
“O Brasil nunca será a Venezuela, e a Venezuela nunca será o Brasil. Cada um será ele [próprio]. O que nós defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino e não é nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite de como vai ser a Venezuela ou vai ser Cuba”, afirmou.
Ao abordar a política externa voltada à ilha caribenha, o presidente defendeu o regime cubano. “O que nós dizemos publicamente é que Cuba não é um país de exportação de terrorista. Cuba é um exemplo de povo com dignidade”, disse. Lula reconheceu que seu posicionamento “muitas vezes não é entendido”.
A posição do petista ocorre um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), afirmar que lançará operações terrestres contra o narcotráfico internacional. O governo norte-americano autorizou a CIA a promover ações contra Nicolás Maduro, presidente da Venezuela e líder do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores venezuelano informou que levará uma queixa ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e ao secretário-geral António Guterres, acusando os Estados Unidos de tentativa de golpe. Também na quarta-feira (16), o Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou uma nota oficial em que condena a ação autorizada por Trump.