Política

Aviator lidera entre crash games de junho; fiscalização continua em pauta

O Aviator continua a liderar o mercado brasileiro de crash games, consolidando-se como o mais popular do gênero nas casas de apostas legalizadas.

Projeto de legalização de cassinos avança no Senado
Reprodução

A popularidade do jogo Aviator, líder entre os chamados “crash games”, continua em alta na KTO como o jogo mais popular do gênero há mais de um ano. Dados da bet revelam que o Aviator alcançou, em junho de 2025, 13,18% de popularidade entre os jogos do tipo, com um multiplicador máximo impressionante de 2.159 vezes o valor apostado. O formato — onde o jogador tenta “sacar” sua aposta antes que o avião virtual desapareça — atrai os apostadores pela rapidez e simplicidade.

Em julho, um usuário de Goiás chegou a faturar um milhão no cassino online da KTO com o Aviator, impulsionando ainda mais a visibilidade do jogo. Apesar disso, é importante ressaltar que vitórias como essa são exceções. O sistema é baseado em sorte, por meio de RNG (Gerador de Números Aleatórios), o que exige do poder público uma atuação mais firme em campanhas de conscientização sobre os riscos da ludopatia — o vício em jogos.

Diante da crescente popularidade dos cassinos online e jogos como Aviator, a necessidade de controle fiscal levou o governo federal a iniciar avanços relevantes na regulação do setor. Conforme publicado no site oficial do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), a estatal passou a fiscalizar de maneira tecnológica os sites de apostas autorizados a operar no país. A medida, parte do novo marco legal das apostas, permite ao Ministério da Fazenda monitorar em tempo real a operação das plataformas — incluindo volume de transações, perfil de usuários e valores movimentados.

Esse processo de digitalização da fiscalização também envolve a Receita Federal, que poderá cruzar dados para identificar fraudes, lavagem de dinheiro e inadimplência tributária por parte das empresas operadoras.

Lacunas e pressões políticas

Apesar das medidas em curso, ainda há críticas em relação à morosidade na implementação de ações concretas voltadas à proteção dos consumidores. Parlamentares da oposição e integrantes da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Saúde Mental têm pressionado o Executivo a regulamentar de forma mais rígida as práticas de marketing das casas de apostas e a estabelecer limites obrigatórios de tempo e valor para os usuários.

Além disso, há um debate sobre a destinação da arrecadação gerada pela taxação das apostas. Grupos ligados à educação e à saúde pública defendem que parte dos tributos seja vinculada a fundos específicos para campanhas de prevenção ao vício e tratamento da ludopatia.

O crescimento da popularidade do Aviator ocorre em paralelo à expansão do mercado de apostas no Brasil. Segundo o Banco Central, os brasileiros já chegam a gastar até R$ 30 bilhões por mês com apostas esportivas e jogos online. O número impressiona e levanta discussões em relação ao controle financeiro dos usuários e ao risco de vício. Especialistas em saúde mental e regulação do setor defendem campanhas educativas e mecanismos de proteção obrigatórios nas plataformas, como limites de depósito, tempo de jogo e ferramentas de autoexclusão.