
Durante a abertura do Salão Internacional do Automóvel, realizada na noite desta quinta-feira (20) em São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a inflação acumulada nos quatro anos do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva será a menor da história do país para um mesmo período. “Já é possível afirmar que, nos quatro anos de Lula, vamos ter a menor inflação acumulada da história do Brasil”, declarou.
Haddad também destacou que o Brasil registrou o menor patamar de desemprego da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e afirmou que novos dados devem apontar redução inédita na desigualdade. “Vamos divulgar dados mostrando que a economia está no menor nível de desigualdade da nossa história, medido pelo índice de Gini, pelas medidas que o presidente Lula tomou”, acrescentou.
No discurso, o ministro elogiou o projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, aprovado no Congresso com apoio unânime. Ele ressaltou a articulação do governo com parlamentares, mesmo diante de uma base que classificou como mais conservadora. “Com esse projeto, que pega quem mora na cobertura, cobra o condomínio e isenta o morador que ganha até R$ 5 mil […]. Essa é a capacidade que o presidente Lula tem de construir com um Congresso que todo mundo sabe que tem um perfil mais conservador”, afirmou.
Sobre a reforma tributária, Haddad garantiu que toda proteína animal incluída na cesta básica será isenta de tributos. “Toda proteína animal presente na cesta básica vai ficar isenta de todo e qualquer custo no Brasil”, disse, defendendo os avanços no modelo fiscal.
Em outro momento, o ministro voltou a criticar a oposição, sem citar nomes. “Há uma oposição que, depois de sete anos, não disse a que veio, a não ser destruir as nossas instituições, nossa economia e o Orçamento. Precisamos ainda de muito tempo para reconstruir o que foi destruído”, afirmou.
Apesar do tom otimista sobre os rumos da economia, Haddad não mencionou a decisão anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de suspender a tarifa adicional de 40% sobre produtos agrícolas brasileiros, como café e carne bovina, imposta em julho. Segundo decreto do governo americano, a isenção é válida para mercadorias exportadas a partir de 13 de novembro, e tarifas já cobradas após essa data serão reembolsadas.
Trump justificou a revogação da alíquota com base nas “negociações em andamento com o governo brasileiro” e em consultas com funcionários norte-americanos. A sobretaxa havia sido aplicada como resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), episódio citado como fator de ameaça à segurança nacional e aos interesses estratégicos dos Estados Unidos na ordem executiva 14.323.