Ramagem nega envolvimento em investigação de Flávio Bolsonaro
Foto: ABr

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, afirmou neste sábado (22) que está nos Estados Unidos com o apoio do governo do presidente Donald Trump. Segundo o parlamentar, ele foi acolhido como “amigo” pelas autoridades americanas. “Digo nas palavras do governo americano para mim: ‘Que bom que temos um amigo que está em segurança e a salvo aqui nos EUA’. Então, a gente tem esse apoio dos norte-americanos”, declarou em entrevista à revista Timeline, transmitida pelo YouTube.

A declaração foi feita após a ordem de prisão preventiva determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), foi condenado pelo STF a 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão no contexto dos processos que apuram tentativa de ruptura institucional. Após a condenação, o deputado deixou o país.

A esposa do parlamentar, Rebeca Ramagem, afirmou no domingo (23) que a viagem aos Estados Unidos foi motivada por “perseguição política” contra a família. Em publicação nas redes sociais, ela não mencionou o mandado de prisão expedido pelo Supremo.

Na entrevista, Ramagem também comentou a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ocorrida na manhã de sábado. O deputado voltou a criticar o ministro do STF. “Hoje [22.nov] é o dia da conclusão de toda a canalhice contra o Estado brasileiro, da consumação de toda a perseguição política, toda destruição do direito contra um homem que representa uma ideia e um movimento”, afirmou. Ramagem chamou Alexandre de Moraes de “ministro violador de direitos humanos, sancionado internacionalmente”.

Em nota, a Câmara dos Deputados informou que não foi comunicada sobre a saída do deputado Ramagem do território nacional. A Casa também afirmou que não há qualquer autorização para que o parlamentar participe de missão oficial no exterior.

De acordo com os registros da Câmara, Ramagem apresentou dois atestados médicos cobrindo os períodos de 9 de setembro a 8 de outubro e de 13 de outubro a 12 de dezembro de 2025. No entanto, documentos públicos da Casa apontam que o deputado participou de votações durante esses intervalos, incluindo uma sessão presencial realizada em outubro.