Foto: Ascom STF
Foto: Ascom STF

A Câmara Municipal de Florianópolis aprovou, nesta quarta-feira (12), o Projeto de Lei nº 19.436 de 2025, que autoriza o uso da Bíblia como recurso paradidático complementar em escolas da capital catarinense. A medida abrange instituições públicas, privadas e o ensino domiciliar (homeschooling).

O texto obteve 13 votos favoráveis, 3 contrários e 1 abstenção. Outros 6 vereadores tiveram seus votos não registrados. A proposta segue agora para sanção do prefeito Topazio Neto (PSD).

A legislação estabelece que a Bíblia poderá ser utilizada como material de apoio para enriquecer o processo de ensino-aprendizagem, sem substituição dos livros didáticos. O uso será facultativo e dependerá da decisão de professores e alunos, garantindo liberdade religiosa e filosófica, conforme previsto no artigo 2º do projeto.

Na justificativa da proposta, argumenta-se que a obra pode oferecer “um contexto mais amplo e enriquecer a experiência educacional, oferecendo insights valiosos sobre eventos históricos, referências geográficas e práticas culturais”.

O texto também afirma que a Bíblia “reúne registros históricos, geográficos e literários que ajudam a compreender o desenvolvimento das civilizações e das ideias éticas e sociais ao longo do tempo”.

A aprovação provocou reação de grupos ligados à esquerda, que anunciaram a intenção de judicializar a medida. Entidades contrárias à proposta alegam que ela fere o princípio da laicidade do Estado e prometem acionar o Poder Judiciário para barrar a sanção.

Se validada pelo Executivo, a norma permitirá a adoção do livro como recurso adicional, respeitando o caráter não obrigatório da participação em atividades que envolvam seu uso.