O ministro Gilmar Mendes, o mais antigo integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), fez elogios públicos nesta terça-feira (25) ao advogado-geral da União, Jorge Messias, escolhido recentemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para compor a Corte.
Durante participação em um evento em Roma, Gilmar afirmou que Messias tem demonstrado grande habilidade para dialogar com diferentes órgãos da República e destacou o papel da AGU na condução das tensões com os Estados Unidos após o aumento de tarifas sobre produtos brasileiros determinado pelo governo Donald Trump.
Segundo o decano, o atual chefe da AGU tem sido uma das vozes mais ativas dentro do governo na gestão da crise diplomática. “Tem se revelado extremamente diligente e extremamente capaz de dialogar com as instituições. Nessa crise que passamos com os Estados Unidos e em todo esse contexto, talvez ele tenha sido o interlocutor mais pronto por parte do governo”, declarou.
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A indicação de Messias para assumir a vaga deixada por Luís Roberto Barroso, que antecipou sua saída do tribunal, foi anunciada por Lula na semana passada. Antes de tomar posse, ele precisará passar pela sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, posteriormente, obter pelo menos 41 votos no plenário da Casa. Isso acontecerá no dia 10 de dezembro.
Jorge Messias tornou-se conhecido nacionalmente em 2016, quando foi citado pela então presidente Dilma Rousseff (PT) em uma conversa telefônica com Lula, interceptada pela Operação Lava Jato. No diálogo, Dilma mencionava que “Bessias” levaria um documento que permitiria ao petista assumir a Casa Civil, episódio que o projetou no noticiário político e o associou ao núcleo próximo ao ex-presidente.
Com o retorno de Lula ao Palácio do Planalto, Messias foi chamado para chefiar a equipe jurídica da transição de governo no fim de 2022, ainda como procurador da Fazenda Nacional. Suas relações sólidas com ministros do Supremo, a confiança do presidente e seu perfil evangélico pesaram a favor da escolha para o STF.
No ano passado, ele apareceu em vídeos produzidos pela Fundação Perseu Abramo sobre “o que pensam os evangélicos petistas”, iniciativa interpretada como tentativa do PT de se aproximar de um público tradicionalmente mais conservador e à direita.
