PETISTA ISOLADO

Governadores culpam Lula por taxação de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros

Tarcísio, Caiado e Zema criticam condução do governo federal; Jerônimo defende presidente e fala em soberania nacional.

Foto: Marcelo Camargo/ABr
Foto: Marcelo Camargo/ABr

A imposição da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros pelos Estados Unidos, anunciada pelo presidente Donald Trump, teve silenciamento entre os governadores estaduais. Dos 27 chefes do Executivo estadual, apenas quatro se manifestaram publicamente sobre a medida em seus perfis nas redes sociais.

Dentre os que comentaram, três aproveitaram a ocasião para criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a condução diplomática do governo federal diante dos norte-americanos: Tarcísio de Freitas (Republicanos-São Paulo), Ronaldo Caiado (União Brasil-Goiás) e Romeu Zema (Novo-Minas Gerais). Os três são cotados como possíveis candidatos à Presidência da República em 2026 contra Lula, que deve disputar a reeleição.

O único governador que saiu em defesa do petista foi Jerônimo Rodrigues (PT), da Bahia. Em sua manifestação, Jerônimo sustentou que o Brasil é um país soberano e que não aceitará interferências externas.

As falas se dão após Trump publicar uma carta diretamente endereçada a Lula, na qual justifica o aumento tarifário como resposta ao que chamou de “tratamento injusto” dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem se declarou aliado. A nova tarifa entrará em vigor a partir de 1º de agosto e traz um aumento acentuado e inédito em relação à taxa de 10% imposta anteriormente, em abril, durante o chamado “Dia da Libertação”, quando os EUA aplicaram sanções comerciais unilaterais a diversos países.

Em reação, Lula anunciou que o Brasil responderá com base na recém-aprovada Lei de Reciprocidade Econômica (Lei nº 15.122/2025), que prevê medidas simétricas contra países que adotem políticas comerciais hostis ao Brasil. A norma havia sido aprovada pelo Congresso após o primeiro pacote de tarifas anunciadas por Trump no início de abril, mas ainda não havia sido formalmente acionada.