
O anúncio feito pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na sexta-feira (5) sobre sua pré-candidatura à Presidência da República em 2026 provocou reações divergentes entre os governadores de perfil conservador. Alguns reforçaram suas próprias candidaturas ao Planalto, enquanto outros declararam apoio público ao nome indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Entre os que mantiveram posição de independência está o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que reafirmou sua pré-candidatura. “Da minha parte, sigo pré-candidato a presidente e estou convicto de que no próximo ano vamos tirar o PT do poder e devolver o Brasil aos brasileiros”, disse.
Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, também assegurou a continuidade de sua pré-campanha. Durante o 14º Encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), realizado no sábado (6) no Rio de Janeiro, Zema afirmou que a movimentação do PL não altera sua decisão. “Minha pré-candidatura não muda em nada”, declarou. Segundo ele, o próprio Jair Bolsonaro, ao incentivar múltiplas candidaturas, teria dito que isso “ajuda a somar forças no 2º turno”. E acrescentou: “Sigo trabalhando todos os dias para tirar o PT do Palácio do Planalto.”
Eduardo Leite (PSD), governador do Rio Grande do Sul, também indicou que continuará no páreo. “Continuo defendendo a desradicalização da polarização existente. Sigo como oferta alternativa ao Brasil”, afirmou, mantendo o tom de terceira via.
Já outros governadores de direita manifestaram apoio explícito a Flávio Bolsonaro. Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina, disse que “o que o Brasil precisa agora é de união para evitar mais quatro anos de PT” e elogiou o nome do senador. “O senador é um grande brasileiro, homem equilibrado e capaz de unir a nossa direita como o seu pai foi capaz”, declarou.
Cláudio Castro (PL), governador do Rio de Janeiro, também saudou o anúncio. “Ele é do meu partido, meu amigo, senador pelo RJ e a gente fica feliz de o PL ter tomado um direcionamento”, afirmou. Embora seja citado como possível candidato à Presidência, Castro admitiu que pode disputar o Senado em 2026.
Por outro lado, alguns nomes se mantiveram em silêncio diante da movimentação política. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), até o momento não se pronunciou sobre a candidatura de Flávio, embora fosse um dos nomes cotados para representar o campo bolsonarista. Ratinho Junior (PSD), do Paraná, outro nome lembrado para a corrida presidencial, também não comentou o anúncio durante o encontro do Cosud. Em declaração genérica, limitou-se a dizer que “a centro-direita tem bons quadros”, sem confirmar se pretende entrar na disputa.