Durante a abertura da primeira sessão da cúpula de chefes de Estado do Brics, neste domingo (6), no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a classificar as ações de Israel em Gaza como ‘genocídio’ e pediu o reconhecimento do Estado palestino como condição para a paz na região.
“Absolutamente nada justifica as ações terroristas perpetradas pelo Hamas. Mas não podemos permanecer indiferentes ao genocídio praticado por Israel em Gaza e à matança indiscriminada de civis inocentes e o uso da fome como arma de guerra”, declarou Lula.
A declaração foi feita durante a sessão dedicada ao tema Paz e Segurança e Reforma da Governança Global do Brics. Lula defendeu que a única solução viável para o conflito passa pelo fim da ocupação israelense na Faixa de Gaza e a criação de um Estado palestino soberano.
Seis acusações de ‘genocídio’ em 2025
Ao longo do ano, Lula já se referiu ao conflito entre Israel e o Hamas como “genocídio” em diversas ocasiões:
- 5 de fevereiro – declarou que a Faixa de Gaza é alvo de um “genocídio”;
- 10 de maio – afirmou que o Exército de Israel comete um “genocídio” contra mulheres e crianças;
- 14 de maio – pediu que Donald Trump acabe com o “genocídio” em Gaza;
- 3 de junho – declarou que Israel precisa parar com o “vitimismo” e reconhecer o “genocídio”;
- 5 de junho – chamou a guerra em Gaza de “genocídio premeditado”;
- 4 de julho – disse que a ONU é incapaz de impedir o genocídio em Gaza.
Ucrânia e Haiti também foram citados
No mesmo discurso, Lula voltou a criticar a condução da guerra entre Rússia e Ucrânia. Disse que “é preciso aprofundar o diálogo direto” entre os dois países para um cessar-fogo e uma paz duradoura.
O presidente mencionou o grupo criado entre Brasil e China para tentar intermediar o fim do conflito, embora a iniciativa tenha sido desconsiderada tanto por Moscou quanto por Kiev.
Sobre o Haiti, Lula externou que a comunidade internacional abandonou o país “antes da hora” e defendeu uma ampliação da missão da ONU na região. Segundo o petista, o Brasil apoia um reforço internacional que “combine ações de segurança e desenvolvimento” para conter a escalada de violência no país caribenho.