Foto: ABr
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo, 30, que a nova faixa de isenção do Imposto de Renda é uma virada contra privilégios de uma pequena elite financeira.

A declaração foi feita em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, com duração de seis minutos, para celebrar a sanção da lei que isenta de IR pessoas com renda mensal de até R$ 5.000.

Segundo o petista, a medida corrige uma distorção histórica. “Entre muitos privilégios, talvez o mais vergonhoso seja o de pagar menos Imposto de Renda do que a classe média e os trabalhadores. Quem vive do suor do seu trabalho e constrói de fato a riqueza desse país paga até 27,5%. Já quem vive de renda paga apenas 2,5%, em média.”

Lula afirmou que a compensação fiscal virá da tributação dos chamados super-ricos, definidos como pessoas com renda superior a R$ 1 milhão por ano, o equivalente a cerca de R$ 83 mil por mês. “A compensação não virá de cortes na educação ou na saúde, mas da taxação dos super-ricos, que hoje não pagam nada ou quase nada de imposto.”

A nova política será utilizada como ativo eleitoral em 2026. A proposta foi aprovada por unanimidade na Câmara dos Deputados em 1º de outubro, no Senado em 5 de novembro e sancionada em 26 de novembro.

O presidente sustentou o discurso de contraposição social, caracterizando como injusta a diferença de carga tributária entre quem vive do trabalho e quem detém capital. “Quem mora em mansão, tem dinheiro no exterior, coleciona carros importados, jatinhos e iates, paga 10 vezes menos do que uma professora, um policial ou uma enfermeira. Isso é inaceitável. Era preciso mudar e nós estamos mudando.”

O governo já capitaliza politicamente a medida por meio da campanha de comunicação “pobres versus ricos”. A estratégia terá como alvo, sobretudo, o eleitorado que votou em Jair Bolsonaro em 2022.