CRÍTICO DO JUDICIÁRIO

Malafaia passa a ser investigado por obstrução em inquérito sobre suposta tentativa de golpe de Estado

Líder religioso afirma não ter sido notificado oficialmente, aponta ilegalidades e critica vazamento à imprensa.

Foto: Valter Campanato/ABr
Foto: Valter Campanato/ABr

A Polícia Federal incluiu o pastor Silas Malafaia no inquérito que apura a suposta tentativa de obstrução do processo sobre plano de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (14) pela GloboNews.

O caso tramita em sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF) sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Malafaia disse não ter sido notificado oficialmente e criticou o vazamento da investigação. “Eu não recebi notificação nenhuma. Isso é uma vergonha. A Polícia Federal vaza [a investigação] para a Globo. Que país é esse? É a prova cabal de que esses quatro anos que eu venho denunciando os crimes de Alexandre de Moraes, que ele promove perseguição política. Agora, chegou a minha vez”, declarou em entrevista à Gazeta do Povo.

A investigação foi aberta em maio e apura a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos e possíveis tentativas de obstrução. Malafaia classificou a acusação como “farsa de golpe” e afirmou: “Nós estamos a caminho da venezuelização. O Estado Democrático de Direito sendo jogado na lata do lixo. Em que lugar da Constituição é proibido criticar ministros do STF ou autoridades?”.

O pastor foi o organizador da manifestação em apoio a Bolsonaro realizada em 3 de agosto. No dia seguinte, Moraes decretou a prisão domiciliar do ex-presidente, alegando descumprimento de medidas cautelares após o cumprimento, por videochamada, a apoiadores no ato em Copacabana.

Além de Bolsonaro, Eduardo, Figueiredo e agora Malafaia, os investigados respondem por coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O pastor disse não temer prisão. “Não tenho medo desses caras. Escolheram o cara errado. Eu vou para cima. Não tenho medo deles, não tenho medo de prisão, não tenho medo de polícia política. Vamos ver, vamos seguir em frente. É uma prova do que está acontecendo no Brasil”, afirmou.