O rapper e produtor musical Sean Combs, conhecido mundialmente como P. Diddy, foi absolvido da acusação de tráfico sexual nesta quarta-feira, 2 de julho. No entanto, o júri federal em Manhattan o considerou culpado por dois crimes de transporte de pessoas com fins de prostituição, previstos na legislação federal dos Estados Unidos.
A decisão marca um ponto de virada no polêmico julgamento que teve início há oito semanas e atraiu a atenção da mídia global. Embora absolvido da acusação mais grave — que poderia resultar em prisão perpétua —, P. Diddy ainda poderá enfrentar até 20 anos de prisão, sendo 10 anos para cada condenação confirmada.
Defesa nega rede de tráfico
Durante os debates, os advogados de defesa admitiram que Combs já esteve envolvido em episódios de violência doméstica e enfrentou problemas com vício em substâncias, mas alegaram que as acusações de operar uma rede de tráfico humano eram “gravemente exageradas” e “sem fundamento”.
O júri, composto por oito homens e quatro mulheres, deliberou por mais de 13 horas entre os dias 30 de junho e 2 de julho. Formado por pessoas de diferentes bairros de Nova York, com idades entre 30 e 74 anos, o grupo rejeitou também a acusação de conspiração para extorsão.
Reação de P. Diddy
Ao ouvir o veredito, Combs demonstrou alívio. Ele acenou em agradecimento ao júri, fez um gesto de oração e sorriu ao apertar a mão de um de seus advogados. A família do rapper, presente na sala de audiência, também se emocionou com o desfecho parcial favorável.
A sentença definitiva será proferida nas próximas semanas. Caso o juiz aplique a pena máxima prevista para os crimes confirmados, P. Diddy poderá cumprir até 20 anos de prisão em regime federal. A defesa, contudo, já anunciou que pretende recorrer da decisão.
O caso veio à tona em novembro de 2023, quando investigações federais revelaram um suposto esquema envolvendo tráfico sexual, extorsão e prostituição, atribuído ao círculo íntimo do artista. As denúncias colocaram em xeque a reputação de Combs e geraram rupturas em parcerias comerciais e artísticas, além de dividirem a opinião pública.
Além das duas condenações por transporte com fins de prostituição, o rapper foi formalmente absolvido das outras três acusações originais: tráfico sexual e conspiração para extorsão.