ÀS VÉSPERAS DAS ELEIÇÕES

Planalto relança licitação para comunicação digital do governo Lula com custo de quase R$ 100 milhões

Nova concorrência substitui processo anterior suspenso pelo TCU por suspeita de fraude; empresas deverão atuar em redes sociais e gestão de conteúdo.

Foto: Marcelo Camargo/ABr
Foto: Marcelo Camargo/ABr

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) abriu uma nova licitação para contratar três empresas responsáveis por gerenciar a comunicação digital do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O contrato prevê investimento total de R$ 98,3 milhões, com validade de 12 meses e possibilidade de prorrogação.

A iniciativa substitui a licitação anterior, estimada em R$ 197,7 milhões, que foi suspensa em junho de 2024 pelo Tribunal de Contas da União (TCU) após indícios de irregularidades, incluindo o suposto vazamento de propostas das licitantes. O processo acabou revogado em agosto do mesmo ano. Na ocasião, a Secom era comandada por Paulo Pimenta; atualmente, a pasta está sob a chefia do ministro Sidônio Palmeira.

Segundo o novo edital, as empresas vencedoras deverão cuidar da prospecção, planejamento e implementação de soluções digitais, bem como da moderação de conteúdo em redes sociais, análise de sentimentos e desenvolvimento de estratégias baseadas em dados. Também serão responsáveis por criar projetos, ações e produtos voltados à comunicação institucional nas plataformas Pinterest, LinkedIn, YouTube, Instagram, Facebook, TikTok e Kwai.

O edital sustenta que a ação não é apenas combater desinformação, mas potencializar os “benefícios concretos” das políticas públicas do governo com uma linguagem “acessível, envolvente, inspiradora e contínua”.

A nova fase da licitação ocorre em meio à reformulação da estratégia de comunicação do governo, que tem priorizado a divulgação de ações sociais e a defesa de propostas como a taxação de grandes fortunas, além de ser às vésperas das eleições presidenciais de 2026. Em abril, Sidônio Palmeira atribuiu parte da perda de apoio do governo ao avanço da extrema-direita nas redes sociais e à ausência de uma narrativa clara sobre o cenário encontrado por Lula ao reassumir o Planalto.

O prazo para envio das propostas começou na terça-feira (15) e segue até 2 de setembro.