
O Coronel Tadeu (PL-SP), suplente da deputada Carla Zambelli (PL-SP), procurou o Conexão Política para esclarecer falas suas que, segundo ele, foram divulgadas de forma equivocada por parte da imprensa.
Como mostrou o Conexão, veículos como Metrópoles e Folha de S.Paulo colocaram entre aspas declarações dele em defesa da regulação das redes sociais, sustentando que caberia ao Judiciário tomar conta da discussão, uma vez que o Legislativo não estava assumindo o tema.
Pouco depois, com exclusividade, o Conexão Política pautou a informação de que uma parte expressiva do PL ficou indignada com o que havia sido veiculado na imprensa a respeito dessas falas atribuídas a Tadeu.
Alguns parlamentares da legenda, inclusive, disseram ao nosso veículo que a divergência sobre essa questão renderia, certamente, um acionamento oficial do partido, uma vez que ele estaria contrariando diretamente o posicionamento oficial da sigla.
Como mostrou também o Conexão Política, desde a atualização de seu estatuto, em dezembro de 2022, o PL consolidou seu perfil como partido conservador, defensor da liberdade de expressão, da neutralidade das plataformas digitais e crítico ao ativismo judicial. O novo texto ideológico da legenda se posiciona categoricamente contra qualquer tipo de regulação que possa ser interpretada como censura ou controle estatal da informação.
Na prática, a defesa de Tadeu por uma atuação proativa do Supremo já seria suficiente para ser interpretada como violação das diretrizes partidárias, o que abriria margem para sanções internas, com a possibilidade de advertência, suspensão e até expulsão.
Após divulgarmos essas informações, a pauta repercutiu em Brasília, com deputados da própria legenda confirmando em público as exclusivas obtidas por este portal.
Em meio à repercussão, o Coronel Tadeu decidiu procurar a nossa equipe para dar a sua versão. Segundo o parlamentar, houve distorções de outras mídias que não retrataram a ‘real posição’ dele sobre a intervenção estatal nas redes sociais.
Tadeu alegou ser contra a qualquer tentativa de censura ou regulação — termo usado oficialmente — das plataformas digitais por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) e, sobretudo, de qualquer tipo de controle nas plataformas digitais.
Ao Conexão Política, sustentou que essa não é uma atribuição do Judiciário, mas sim do Congresso Nacional — único poder legitimado para legislar em nome da população. “Não cabe ao STF legislar. Esse papel é do Parlamento, onde há representatividade popular e espaço para o contraditório”, declarou o deputado.
Tadeu também alertou para o risco de medidas que, sob o pretexto de combater a desinformação, possam abrir caminho para a censura e o cerceamento da liberdade de expressão na internet, assim como tem sido dito oficialmente pelas big techs e seus representantes, como o Google.
“A liberdade de expressão é um dos pilares da democracia e deve ser protegida. Em nome do combate à desinformação, estão tentando impor um controle ideológico nas redes. Isso é perigoso e inaceitável. Censura não é proteção — é opressão. O que está em jogo é a liberdade de milhões de brasileiros”, afirmou.