Foto: Lucas Diener/Flickr
Foto: Lucas Diener/Flickr

A Executiva Nacional do União Brasil decidiu, nesta quarta-feira (8), pelo afastamento imediato do ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), de suas funções na Executiva e no Diretório Nacional.

A reunião também aprovou a intervenção no diretório estadual do Pará, sob comando de Sabino. Foi aberto um processo de expulsão encaminhado ao Conselho de Ética, que terá 60 dias para deliberar e devolver o parecer à Executiva do partido. Até lá, Sabino segue filiado à legenda, mas sem poder de atuação interna.

O caso está ligado ao desembarque do partido e do Progressistas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As medidas tomadas contra Sabino tem efeito limitado para a vida política do ministro. O ministro havia colocado o cargo à disposição em setembro, mas aceitou o pedido de Lula para permanecer na função até concluir entregas ligadas à COP30, marcada para Belém em 2025.

Sabino dito que permanecerá no governo a pedido do presidente Lula e que considera ‘injusto’ o processo aberto pelo partido. Segundo ele, a proximidade da COP30, que será realizada em Belém em novembro, torna inoportuna qualquer mudança no comando do Turismo. “Nós estamos a 30 dias da realização da COP30, a maior reunião diplomática que existe no planeta. Eu não vejo como oportuno que a gente tenha uma interrupção no trabalho que vem sendo feito”, afirmou.

Depois da decisão, Sabino disse a jornalistas que seguirá no ministério. “Sigo ao lado do presidente Lula também por entender que esse é o melhor projeto do país, é o que vem entregando resultados. O partido, no meu entendimento, tem tomado decisões equivocadas, decisões assodadas. E a gente vai continuar com o diálogo agora, com esse processo seguindo no Conselho de Ética, para tentar sensibilizar os membros do partido que o momento eleitoral deve ser deixado para o prazo eleitoral”, declarou. Ele rebateu ainda as críticas de Caiado, que havia chamado sua postura de ‘imoralidade’. Quando ele atingir 1,5% na pesquisa eu respondo ele”, disse.

O ministro mencionou os números do setor para justificar sua permanência. “O Turismo tem contribuído muito com isso, são quase 8 milhões de pessoas que estão trabalhando no setor, nunca foram criadas tantas empresas nesse segmento e tantas oportunidades estão sendo geradas. Inclusive eu penso que o nosso partido deveria se apropriar desses resultados e ajudar ainda mais o governo”.

Articulações nos bastidores

Sabino afirmou ter recebido “mais de 30” congressistas em sua residência para defender que, pelo menos até a COP30, fosse mantido no cargo. “A COP30 é um evento muito importante para todo o nosso país, vai deixar um legado histórico e mostrar o nosso diferencial de sustentabilidade para o mundo. E vamos continuar dialogando, ganhamos aí esse prazo em que vai o processo tramitar no Conselho de Ética, e vamos buscar o diálogo sempre”.

PP opta por afastar

O PP (Partido Progressistas), por sua vez, afastou o ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA), de todas as funções partidárias, incluindo a vice-presidência nacional e o comando da sigla no Maranhão. Não houve a expulsão, como se chegou a aventar por dirigentes da legenda nas últimas semanas. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (8), depois que Fufuca decidiu continuar no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), contrariando a orientação da Executiva Nacional da agremiação de deixar a base governista.

Em nota, o PP informou que Fufuca está excluído da vice-presidência nacional do partido e que haverá intervenção no diretório do Maranhão, antes sob seu comando.

O presidente nacional da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), disse que o Progressistas não faz e não fará parte do atual governo e “não nutre qualquer identificação ideológica ou programática” com a gestão Lula.