A elevação da Selic para 15% foi confirmada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central nesta quarta-feira (18). A taxa subiu 0,25 ponto percentual e chegou ao maior nível desde 2006.
A decisão foi tomada de forma unânime entre o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e os oito diretores que integram o comitê. No comunicado oficial, o Copom sinalizou que deve interromper os aumentos na próxima reunião. O objetivo é avaliar os efeitos dos ajustes feitos até agora.
Sétimo aumento seguido
Este é o sétimo aumento consecutivo na taxa básica de juros. Em setembro do ano passado, a Selic estava em 10,5%. Desde então, foram 4,5 pontos percentuais de alta acumulada, configurando um dos ciclos mais intensos dos últimos 20 anos.
Desta vez, o mercado financeiro estava dividido. Uma pesquisa realizada pelo BTG Pactual ouviu 76 analistas. Segundo o levantamento, 51% esperavam manutenção da taxa, enquanto 49% apostavam em uma nova alta.
Cenário econômico pressiona decisão
O cenário econômico global tem influenciado a política monetária. A guerra tarifária iniciada pelo presidente americano Donald Trump gerou impacto nas moedas e na atividade econômica. Além disso, a valorização do real e a previsão de crescimento global mais fraco foram considerados no debate.
Mesmo com esses fatores, a inflação segue acima da meta. O IPCA acumulou 5,3% em 12 meses até maio, frente à meta de 3%. A situação fiscal do país também preocupa, e alguns indicadores ainda mostram atividade aquecida.
Copom prevê pausa
De acordo com o Copom, o momento exige uma política monetária firme. “O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, inflação elevada, economia aquecida e pressões no mercado de trabalho”, afirma o comitê.
O texto diz que, se o cenário projetado se confirmar, a taxa será mantida. O objetivo é verificar se os juros atuais, sustentados por mais tempo, conseguirão reduzir a inflação de forma consistente.