O QUE PENSA O ELEITOR

Brasileiros que consideram que país vive sob ditadura do Judiciário superam os que acreditam que o Judiciário cumpre seu papel legítimo

Números mostram desgaste do STF e apontam maioria da população alinhada a Bolsonaro, segundo pesquisa Atlas/Bloomberg.

Foto: Fellipe Sampaio /STF
Foto: Fellipe Sampaio /STF

Uma pesquisa da Atlas/Bloomberg mostra que 45,4% dos brasileiros acreditam que o país vive sob uma “ditadura do Judiciário”. O levantamento foi realizado entre os dias 3 e 6 de agosto com 2.447 entrevistados, margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.

O resultado redobra as atenções sobre o Supremo Tribunal Federal (STF), que tem sido alvo da aplicação da Lei Magnitsky pelo governo de Donald Trump, incluindo corte de vistos.

Além disso, o Supremo se prepara para o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), previsto para setembro, em processo que apura tentativa de golpe de Estado e crimes correlatos, com penas que podem ultrapassar 40 anos.

Entre os entrevistados, 43,3% entendem que o Judiciário cumpre seu papel corretamente, enquanto 11,2% afirmam que, embora não veja uma ditadura, muitos juízes cometem abusos e extrapolam suas funções.

No quesito avaliação dos ministros do STF, o levantamento mostrou divisão: 51,1% consideram que os magistrados não demonstram competência e imparcialidade, contra 47,9% que acreditam no contrário. Cerca de 1% não opinou.

A pesquisa também aponta baixa confiança nas principais instituições do país. O Congresso Nacional foi apontado como o menos confiável por 81% dos entrevistados. O Governo Federal e as Forças Armadas não inspiram confiança para 52% e 58%, respectivamente, enquanto o STF tem rejeição de 51,3%.

Sobre os atos de 8 de janeiro de 2023, 83,3% dos entrevistados discordam da invasão às sedes dos Três Poderes, e 62,3% consideram a ação totalmente injustificada. A responsabilidade atribuída a Bolsonaro divide opiniões: 50% não o consideram responsável, enquanto 48,8% acreditam que sim.

Além disso, 52,1% se declararam contrários à prisão domiciliar do ex-presidente, medida decretada por Moraes, e 50,1% rejeitam a decisão que o tornou inelegível por oito anos. Do outro lado, 47% apoiam a prisão e 49,5% concordam com a inelegibilidade.