
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não pretende assumir o papel de “líder ambiental” e externou o apoio à exploração de petróleo na Margem Equatorial.
A declaração foi dada durante entrevista a agências internacionais em Belém (PA), cidade que sediará a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30) entre os dias 10 e 21 de novembro.
“Não quero ser líder ambiental, nunca reivindiquei isso”, declarou o presidente. Lula defendeu a autorização concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) para testes na Bacia da Foz do Amazonas. “Temos autorização para fazer teste, se encontrar petróleo vai ter que ter nova licença”, disse, acrescentando que a decisão será pautada por critérios técnicos. “Quero fazer o que os especialistas do meu governo e minha consciência dizem o que tenho que fazer.”
Durante a entrevista, Lula criticou o que ele mesmo enquadrou como radicalismo ambiental. “Tem gente que acha que não devemos explorar petróleo em lugar nenhum, isso sim é incoerente, sem apresentar alternativa”, afirmou. O presidente argumentou que o país ainda depende de combustíveis fósseis e que a transição energética deve ser feita com responsabilidade.
“Todo mundo sabe que um dia o petróleo vai acabar. Ninguém no mundo consegue sobreviver sem esse combustível fóssil. Poderemos ser o primeiro de que qualquer país do mundo a abrir mão disso. Mas como chefe de Estado, temos que ter responsabilidade”, rebateu.
Lula também negou qualquer intenção de esconder o tema até o encerramento da conferência da ONU. “Se eu fosse um líder falso e mentiroso, eu esperaria passar a COP para anunciar. Mas se eu fizesse isso eu estaria sendo pequeno diante da importância do que significa você fazer o teste na Margem Equatorial. Se tiver que explorar, vamos fazer da forma mais cuidadosa que alguém pode fazer”, emendou.