
Durante o primeiro encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizado neste domingo (26) em Kuala Lumpur, na Malásia, à margem da 47ª cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), o líder americano fez questão de citar Jair Bolsonaro de forma elogiosa, mesmo na presença do petista.
“Sempre gostei dele. Me sinto muito mal pelo que aconteceu com ele. Sempre achei que ele era um cara honesto, mas ele já passou por muita coisa”, afirmou Trump, ao ser questionado sobre a atual situação do ex-presidente brasileiro. O comentário provocou reação discreta na delegação de Lula, que acompanhava o diálogo bilateral.
O tom adotado por Trump confirma a posição de que Washington continua acompanhando de perto o momento político brasileiro e as denúncias de perseguição judicial envolvendo o ex-chefe do Planalto. Assessores do republicano têm reiterado a preocupação com o ambiente institucional no Brasil, sobretudo após casos de censura, prisões e bloqueios de perfis ligados a opositores do governo.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, também participou do encontro e ressaltou que os Estados Unidos buscam um maior alinhamento com o Brasil, mesmo reconhecendo obstáculos impostos pela atual condução política do país.
“Acreditamos que, a longo prazo, é benéfico para o Brasil nos tornar seu parceiro comercial preferencial em vez da China — por causa da geografia, da cultura e de um alinhamento em muitos aspectos”, declarou Rubio, destacando que o governo americano quer reposicionar o Brasil como parceiro estratégico no continente.
Rubio mencionou ainda preocupações com a forma como o Judiciário brasileiro tem tratado o setor digital e indivíduos baseados nos Estados Unidos. “Temos alguns problemas com o Brasil, particularmente com o modo como têm tratado alguns de seus juízes e o setor digital americano, mas o presidente vai explorar maneiras de superar tudo isso, porque achamos que será benéfico fazê-lo”, emendou.