Após 36 anos de operação na Argentina, a rede de fast-food Burger King está em processo de retirada do país. A marca, que chegou ao mercado argentino em 1989 com uma unidade no bairro de Belgrano, em Buenos Aires, passou por forte retração nos últimos anos e hoje ocupa a terceira colocação no setor, atrás do McDonald’s e da rede local Mostaza.
A decisão de descontinuar a operação é uma das investidas em escala global da controladora Alsea, que também administra franquias como Starbucks, Domino’s Pizza e The Cheesecake Factory. A saída do Burger King da Argentina flerta com o movimento adotado em dezembro de 2024, quando a empresa vendeu 54 lojas da marca na Espanha ao fundo inglês Cinven, passando a priorizar investimentos em negócios com maior margem de rentabilidade.
Fontes do mercado apontam que a Alsea pretende concentrar seus esforços, na América do Sul, no fortalecimento da rede Starbucks, que já opera com 133 cafeterias no território argentino. Em contraste, o desempenho do Burger King tem sido afetado por uma série de fatores, incluindo a perda da vice-liderança para a Mostaza em 2018 e a retração agravada durante a pandemia de Covid-19.
Entre os pontos mais visíveis da crise, está o fechamento de unidades históricas, como a loja localizada na esquina das ruas Corrientes e Florida, no centro de Buenos Aires, encerrada em 2019.
Potenciais compradores em negociação
O banco BBVA foi contratado para conduzir o processo de venda dos ativos da rede no país. Até o momento, três grupos aparecem como interessados na aquisição:
- Inverlat, fundo de investimentos proprietário da marca Havanna e ex-operador das redes Wendy’s e KFC;
- Desarrolladora Gastronómica, holding que administra marcas como Kentucky, Sbarro e Chicken Chill;
- Int Food Services, grupo equatoriano com experiência na operação de redes como KFC em outros países da América Latina.
A Alsea, por sua vez, informou que eventuais anúncios sobre a transição serão realizados exclusivamente por meio de seus canais institucionais.