OPOSIÇÃO ENQUADRADA

Aumenta o número de deputados de direita sob risco de suspensão de mandato

Lista inclui parlamentares de oposição ao governo Lula, de siglas como PL e Novo; acusações vão de obstrução física a uso de criança durante ato contra prisão de Bolsonaro.

Foto: Câmara dos Deputados
Foto: Câmara dos Deputados

Os principais nomes da oposição na lista vermelha. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou à Corregedoria Parlamentar, na noite desta sexta-feira (8), as denúncias contra 14 parlamentares da oposição que ocuparam a Mesa Diretora em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As sanções possíveis variam de advertência à suspensão do mandato por até seis meses.

Constam na lista: Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Nikolas Ferreira (PL-MG), Zucco (PL-RS), Bia Kicis (PL-DF), Allan Garcês (PP-MA), Pr. Marco Feliciano (PL-SP), Domingos Sávio (PL-MG), Marcel Van Hatten (Novo-RS), Júlia Zanatta (PL-SC), Marcos Pollon (PL-MS), Zé Trovão (PL-SC), Carlos Jordy (PL-RJ), Carol De Toni (PL-SC) e Paulo Bilynskyj (PL-SP).

O encaminhamento foi confirmado após publicação no Diário da Câmara. Apesar de não constar entre os 14 nomes, também foi remetida à Corregedoria a denúncia do PL contra a deputada Camila Jara (PT-MS), acusada por Nikolas Ferreira de agressão. Jara nega, afirma ser alvo de “campanha de perseguição” e diz que seguirá atuando no “diálogo”.

O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), criticou a inclusão da petista. “Se houve alguma confusão no momento em que Nikolas Ferreira tentou tumultuar, isso não se compara ao ato golpista da extrema direita. Trata-se de falsa simetria para aparentar imparcialidade, mas que constitui grave injustiça! Essa inclusão é vergonhosa”, afirmou no X.

A Corregedoria tem 48 horas para decidir sobre a admissibilidade das denúncias e enviar parecer à Mesa Diretora, que pode apresentar representação por quebra de decoro com proposta de suspensão cautelar de mandato. Caso aceite, o processo seguirá para o Conselho de Ética.

Em nota, a Secretaria-Geral da Mesa informou que “a fim de permitir a devida apuração do ocorrido, decidiu-se pelo imediato encaminhamento de todas as denúncias à Corregedoria Parlamentar para a devida análise”.

Mais cedo, em entrevista à CNN Brasil, Motta defendeu punição aos envolvidos. “O que aconteceu foi algo muito grave.”