BOLSONARISMO EM ALTA

Datafolha: Eleitores pró-Lula caem, pró-Bolsonaro crescem

Pela primeira vez na série histórica, o grupo eleitoral alinhado a Jair Bolsonaro registra uma escalada tão acentuada.

Jair Bolsonaro no STF
Foto: Fellipe Sampaio/STF

Pela primeira vez desde o início da série histórica do Datafolha, em dezembro de 2022, o percentual de brasileiros que se declaram bolsonaristas igualou-se ao dos que se identificam como petistas. O levantamento mais recente aponta que ambos os grupos representam 35% da população, sinalizando um novo momento no equilíbrio das forças políticas do país.

Desde o último levantamento, realizado em abril, a fatia de brasileiros que se dizem próximos ao partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu de 39% para 35%. No sentido oposto, os que se identificam com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cresceram de 31% para 35% — maior índice registrado para esse grupo desde o fim das eleições de 2022.

O instituto aplica uma escala de autodeclaração de 1 a 5: os que respondem “1” ou “2” são classificados como bolsonaristas; “4” ou “5” como petistas. A faixa intermediária (“3”) representa os 20% considerados neutros. Outros 7% não se identificam com nenhum dos dois polos e 2% não souberam responder — números que se mantiveram estáveis ao longo das nove rodadas da pesquisa.

A retração dos petistas ocorre em meio à queda de popularidade do governo Lula. Na semana passada, outro levantamento do Datafolha apontou que 40% dos brasileiros avaliam a gestão como ruim ou péssima, enquanto apenas 28% a consideram boa ou ótima — o pior índice entre os três mandatos do petista.

No lado oposto, os desdobramentos judiciais envolvendo Jair Bolsonaro, incluindo sua condição de réu por tentativa de golpe no Supremo Tribunal Federal (STF), não provocaram impactos entre seus apoiadores. A pesquisa foi feita nos dias 10 e 11 de junho, já durante os interrogatórios conduzidos por Alexandre de Moraes e transmitidos ao vivo.

A pesquisa ouviu 2.004 pessoas em 136 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, o que faz com que os dois grupos estejam empatados no limite máximo da variação estatística, algo inédito até aqui.