Como noticiou o Conexão Política nesta segunda-feira (28), a reeleição do presidente Lula é dada como certa e aliados já se articulam para um quarto mandato do líder petista. Lula, por sua vez, tem evitado falar com todas as letras que será candidato em 2026. Não é à toa.
As pesquisas mais recentes — como as divulgadas por PoderData e Paraná Pesquisas — colocam o presidente em uma posição desconfortável: sua desaprovação não para de crescer e já supera, com folga, a linha de risco para qualquer projeto de reeleição.
Em termos práticos, um presidente que busca renovar o mandato precisa entrar no ano eleitoral com pelo menos metade da população o aprovando e, no máximo, 40% de rejeição. Hoje, Lula está fora desse eixo. A avaliação negativa avança, enquanto a positiva estagna. Internamente, o presidente já reconhece que o cenário se afasta, cada vez mais, de um campo seguro para tentar um novo mandato.
Por isso, a cautela. Lula tem adotado um discurso escorregadio sobre 2026. Não nega, mas também não confirma. Age como quem sabe que, pior que tá, pode ficar, sim A estratégia é observar o movimento dos números antes de bater o martelo.
Mesmo assim, o núcleo duro do governo age como se a candidatura estivesse sacramentada. Como mostramos, lideranças próximas ao Planalto já operam nos bastidores com foco total na tentativa de reeleição. A campanha não foi lançada oficialmente, mas já tem diretrizes, movimentações e articulações em curso.
Ninguém, porém, sabe exatamente em que o grupo palaciano tem se baseado para tratar o projeto com tanto otimismo. Fontes ligadas à presidente do PT, Gleisi Hoffmann, garantem que “Lula será, sim, candidato” e que, entre aliados, a vitória já é tratada como certa. Parte dessa confiança repousa sobre a expectativa de manter o apoio de setores do centro político — algo que ainda está longe de ser garantido.
O fato é que, mesmo diante da crescente rejeição popular, o PT não cogita um plano B. O nome de Lula é o único sobre a mesa. Se nada mudar, o presidente deve manter o silêncio estratégico até o ano que vem.